Tudo sobre glaucoma corticogênico

05 fevereiro, 2019     Nenhum comentário     tech_4dmin

Os olhos são responsáveis pela captação das imagens que vemos no nosso dia a dia. Mesmo pequenos, e de aparência simples, eles possuem uma estrutura complexa e ao, mesmo tempo, frágil, a ponto de desenvolver vários tipos de doenças.

Alguns problemas oculares são mais fáceis de constatar, devido à apresentação de alguns sintomas. Já outros ocorrem “na surdina” e, quando se percebe, instalou-se ali uma doença que poderia ser evitada.

O glaucoma, por exemplo, é, dentre as principais de causa de cegueira, ao lado da catarata e da degeneração macular relacionada à idade, a principal causa de cegueira irreversível no mundo todo e a única das três que causa uma cegueira absoluta. Ou seja, o cego por glaucoma nem luz percebe mais, por mais intensa que seja, porque a doença ao atrofiar totalmente o nervo óptico, “desliga” o olho do cérebro.

Depois que se perde a visão pelo glaucoma, nada mais poderá ser feito. É por isso que as idas periódicas ao oftalmologista são necessárias. Afinal, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores são as chances de eficácia no tratamento.

Essa doença na sua forma mais habitual, cuja causa é ainda desconhecida, tem como principais fatores de riscos a elevação da pressão intraocular, o histórico familiar, a miopia e a raça, sendo mais comum, mais grave e mais difícil de tratar em negros. Contudo, há vários tipos de glaucoma, em alguns dos quais é possível identificar a causa, dentre os quais está o glaucoma corticogênico.

O que é glaucoma corticogênico?

Neste tipo de glaucoma, a elevação da pressão intraocular decorre do uso de medicamentos à base de corticoides (cortisona). Isso é, toda medicação que você usa e que tenha essa substância pode elevar a pressão intraocular, seja na forma de comprimido, drágea, cápsula, líquido injetável, spray, mas, mais frequentemente, diretamente nos olhos, sob a forma de colírios.

Muitos médicos receitam corticóides por eles serem eficientes como anti-inflamatórios e no tratamento de alergias, asma, doenças da pele, doenças reumatológicas, etc. No entanto, em alguns pacientes, esses medicamentos podem produzir aumento da pressão ocular, causando glaucoma. Caso o problema não seja diagnosticado e tratado corretamente, a doença pode evoluir, ocorrendo a perda progressiva da visão, até chegar à cegueira.

Por exemplo: o oftalmologista prescreve um colírio à base de corticoide para conjuntivite e solicita que ele seja utilizado por um determinado tempo. Como a pessoa percebe uma melhora rápida, passa a usar o medicamento em todos os problemas oculares que tiver, desde para uma simples lubrificação até irritações nos olhos.

Acontece que o líquido que circula internamente na porção anterior do olho (humor aquoso) pode começar a ficar retido no seu interior, fazendo a pressão ocular aumentar muito. Tudo ocorre de forma silenciosa, já que o paciente nada sente. Mas, com o passar do tempo, começa um certo desconforto em virtude da perda da visão periférica. Caso a pessoa não procure um médico rapidamente, certamente o glaucoma irá progredir e evoluir para a cegueira irreversível.

Como é feito o diagnóstico do glaucoma corticogênico

Para identificar o glaucoma corticogênico o médico deve levantar o histórico do paciente e identificar seu uso de corticoides durante a vida. Se, junto a essa constatação, for observado aumento da pressão ocular associado ao nervo óptico, o diagnóstico da doença pode ser comprovado.

É claro que, além da consulta de rotina com medidas da pressão intraocular, o médico vai solicitar alguns exames para confirmação do diagnóstico, para melhor definir o tratamento e, também, para o acompanhamento futuro da doença. Dentre os exames que podem ser solicitados estão:

  • gonioscopia (estudo da região interna da porção anterior do olho por onde o humor aquoso escoa para fora do olho);
  • retinografia (fotografia do fundo do olho);
  • campimetria computadorizada (exame computadorizado do campo visual);
  • paquimetria (medida da espessura da córnea, que é a porção anterior transparente do olho);
  • tomografia de coerência óptica (exame da camada de fibras nervosas da retina, das células ganglionares da retina, que são as células da retina que morrem em consequência do glaucoma, e do nervo óptico).

Existe tratamento para o glaucoma corticogênico?

A primeira ação a se tomar é suspender o uso do corticoide, sempre que possível. Após a retirada dos remédios, o médico vai verificar a pressão ocular: se continuar elevada, é necessário entrar com medicações para diminuí-la. Mas, se a pressão ocular não reduzir com o uso dos recursos terapêuticos, o próximo passo é a intervenção cirúrgica.

Vale reforçar que, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances da pressão intraocular voltar ao normal e, até mesmo, não necessitar de tratamento para mantê-la normal no futuro.

Fato é que ninguém quer perder a visão. Afinal, sem ela não poderemos enxergar toda a beleza que está ao nosso redor. Então, não utilize medicação por conta própria, principalmente se contiver corticoide. Seu uso indiscriminado pode motivar doenças oculares como glaucoma e catarata.

Mas, se não for possível eliminar por completo o uso da substância, não deixe de procurar o seu oftalmologista para que ele possa medir a pressão ocular.

A possibilidade da ocorrência deste tipo de glaucoma, consequente ao uso abusivo de corticoides, não significa que há uma contraindicação absoluta para uso dos mesmos. Como nos ditos populares, ai da Medicina sem eles! Às vezes, os corticoides são os únicos medicamentos capazes de amenizar ou curar certas doenças e podem ser necessários inclusive para uso constante.

O importante é usá-los sempre por orientação médica e nunca de forma abusiva e sempre fazer um acompanhamento oftalmológico, sobretudo se os corticoides forem usados na forma de colírios para tratamento de irritações oculares, conjuntivites alérgicas, etc.

Se não tiver estes cuidados, a pessoa correrá o risco de ficar com a visão seriamente comprometida ou, até mesmo, cega pelo uso negligente e abusivo de colírios para tratamento de problemas oculares muitas vezes banais, ainda que incômodos, mas nada que justifique o risco da cegueira!

Nós do COA estamos à disposição para atender você e sua família nos tratamentos de doenças oculares. Entre em contato com a gente e marque sua consulta.


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